Capitulo CXXXVI

Rodrigo Parlato

Senti medo, inseguro, como um menino, a espera de uma ação, uma negativa, que Ária me dissesse que não, que não daria certo, sem nada, mas sentir os seus lábios contra os meus, o mover deles nos meus, seus olhos fechados, enquanto os meus ainda abertos, os batimentos fora do controle, a sudorese a escorrer tanto pela palma quanto pelos dedos das minhas mãos trêmulas.

Ela não tinha noção do que eu estou falando, penso comigo a medida que me beija a sua lingua vagueia em minha boca, e em resposta a sua loucura ou a minha lhe beijo de volta, sinto a sua mão em minha nuca, entre os fios dos meus cabelos, de uma maneira inesperada, porque nem mesmo me lembrava de ter-nos beijado em tão público, publico algum, sempre estivemos mais no quarto.

Nós dois, a sos, mas agora parece ser somente eu, ela e o mundo, ainda sentindo-me confuso quando para o beijo, seus olhos se abrem diante aos meus. — Você é louco? — Me pergunta num sussuro quase inaudível, seus lábios vermelhos, seu
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