— Naquela noite, eu percebi que as histórias que ele me ensinou a amar tinham um poder maior do que eu imaginava. Elas podiam trazer paz, esperança, até nos momentos mais escuros. Foi por ele que me tornei escritora. Para manter viva a magia que ele me deu, e para quem sabe, ajudar outros a enfrentarem seus próprios monstros.
O salão permaneceu em silêncio por um instante, a emoção crua de suas palavras pairando no ar, antes de explodir em aplausos calorosos, alguns convidados enxugando lágrimas discretamente. Elana baixou o olhar, o microfone ainda na mão, sentindo o peso da memória misturado com a vulnerabilidade de compartilhar algo tão íntimo com estranhos. Mas, ao mesmo tempo, havia uma leveza, como se ao contar aquela história, ela tivesse trazido seu pai para aquele palco com ela.
Gabriel, ao seu lado, tocou seu braço suavemente, o gesto tão delicado que poderia passar despercebido, mas que para Elana era como um farol em meio à tempestade.
— Isso foi lindo, Elana. — disse