Um silêncio pesado veio do outro lado, como se ele não esperasse tamanha facilidade.
— Sério? — perguntou, a voz agora com uma ponta de curiosidade, quase desconfiança. — Você está abrindo mão de tudo assim, sem nem discutir? O que está acontecendo com você, Elana?
Ela apertou a chave na mão, o caderno ainda contra o peito, um escudo contra o passado que Michael representava. Não podia deixar que ele soubesse do adiantamento que recebera pela publicação, nem dos eventos que a editora estava organizando para lançá-la no mercado. Era seu triunfo, conquistado sem ele, e ela não lhe daria a satisfação de saber.
— Só manda os papéis, Michael. — repetiu, a voz firme, mas com um tremor que traía a tempestade dentro dela. — Não tenho mais nada pra discutir com você.
[...]
A sala da casa de Elana vibrava com uma energia quase palpável, o caos organizado de roupas, sapatos e acessórios espalhados como se uma loja de grife tivesse explodido ali. O aroma de jasmim de uma vela perfumada pair