Elana ergueu uma sobrancelha, genuinamente intrigada.
— Um espelho? Isso é… interessante. Você anda pensando demais nos meus personagens, Gabriel. Cuidado para não virar coautor sem querer.
Gabriel riu, o som baixo e genuíno. Ele brincou com o garfo, girando-o entre os dedos, antes de se inclinar para a frente, os cotovelos apoiados na mesa.
— Sabe, Elana… — começou ele, a voz mais suave, quase hesitante. — Desde que eu li aqueles dez capítulos eu... não sei, sinto ele. O Adrian. Como se ele fosse… — Ele fez uma pausa e então deu um riso curto, quase envergonhado. — Como se ele fosse uma versão de mim. Ou de quem eu gostaria de ser, talvez.
Elana congelou por uma fração de segundo, o garfo parado no ar. Ela sabia que Gabriel pensava que o livro era sobre eles. Mas admitir isso? Era um passo que ela não estava pronta para dar. Não agora, e principalmente, não com ele.
— Você? No Adrian? — perguntou ela, forçando um tom debochado para mascarar o nervosismo. — O cara charmoso, con