O crepúsculo tingia o céu de vermelho-sangue enquanto eu atravessava o saguão do hotel, o eco dos meus saltos no mármore polido cortando o silêncio como um tambor de guerra. O aroma de cera e jasmim ainda pairava, mas agora misturado ao cheiro terroso da chuva que caía lá fora, infiltrando-se pelas janelas entreabertas. Minha loba rugia, um fogo primal queimando em meu peito, enquanto eu ajustava o casaco de couro, a determinação substituindo o desespero que quase me engoliu minutos antes. Lian estava com Magnus, e eu não ficaria parada esperando respostas. Minha pele formigava, o laço predestinado com Damian pulsando como uma corrente indesejada, mas minha mente estava clara: eu encontraria meu filho, com ou sem ele. O saguão, com suas paredes brancas e lustre reluzente, parecia uma gaiola, e eu precisava sair.
— Ayla, espere! — Eva chamou, sua voz rouca ecoando atrás de mim, os passos rápidos tropeçando no chão escorregadio. Seu braço ferido estava envolto em uma faixa improvisada,