Gritei até minha garganta arder, o som rasgando o saguão do hotel, onde o lustre de cristal pendia como uma constelação congelada, lançando reflexos cortantes no mármore polido, cada raio de luz fatiando a penumbra como lâminas afiadas. O aroma de cera de chão e jasmim fresco pesava no ar, sufocante, misturando-se ao cheiro metálico do sangue seco na blusa rasgada de Eva, um lembrete cruel da violência que arrancou meu filho.
Minha loba uivava, um rugido primal que despedaçava meu peito, enquanto o mundo parecia colapsar, o chão de mármore tremendo sob meus pés instáveis, como se a terra rejeitasse a dor que me consumia.
Lian, meu bebê, meu coração, estava nas mãos de Magnus.
Meus olhos ardiam, lágrimas quentes escorrendo pelas bochechas, deixando trilhas ardentes na pele, e o vestido cinza colava ao meu corpo suado, o tecido frio contrastando com o calor feroz do desespero. Eva estava diante de mim, o rosto pálido como cera, os olhos castanhos marejados, o cabelo castanho solto ca