A cidade se estendia abaixo de mim como um tabuleiro vivo, cada rua uma jogada, cada luz uma peça prestes a ser movida. Da cobertura do meu arranha-céu, o vento frio trazia o cheiro de chuva iminente, misturado ao uísque que eu girava no copo. Meu lobo estava alerta, sentindo o eco distante do uivo do lobo negro, um aviso que reverberava desde a noite passada, junto àquela voz enigmática:
“A verdade está vindo, Luna. E ela não espera.”
Ayla Revely, a herdeira renegada, estava no centro disso tudo, e eu, como Rei Alfa, puxava os fios que a cercavam. Observava-a de longe, através dos olhos dos meus leais, enquanto ela se preparava para a audiência que marcaria seu destino, ou sua queda.
— Senhor, temos novidades — Gregor, meu chefe de segurança, entrou na sala, sua voz grave cortando o silêncio. O terno preto parecia engolir a luz dos lustres, e o suor em sua testa traía o peso da minha presença.
— Fale — ordenei, sem desviar os olhos da cidade, o vidro da janela refletindo meu rosto,