O vazio dentro de mim era insuportável.
A noite se arrastava, e eu me sentia perdida entre os lençóis frios da cama. Não era somente a ausência de Damian ao meu lado que me corroía. Era algo muito mais profundo, algo que eu não sabia nomear. Um buraco se abriu em meu peito, uma dor surda que não deveria estar ali.
Eu deveria desistir. Deixá-lo, parar de lutar por alguém que claramente escolheu outra. Mas toda vez que essa ideia tomava forma, algo dentro de mim rugia em revolta. Uma raiva latente, selvagem, como um instinto primitivo que se recusava a ceder. Como se cada célula do meu corpo soubesse que ele era meu. Somente Meu.
Me virei na cama, inquieta. O cheiro de Damian ainda estava ali, suave nos lençóis, na madeira da cabeceira, em mim. Fechei os olhos e inspirei profundamente, como se aquele aroma pudesse me trazer algum tipo de conforto, mas tudo que consegui foi uma sensação de desespero ainda maior. Meu peito queimava. Meu corpo doía por algo que eu não conseguia entender.
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