O silêncio entre nós, jamais foi tão sufocante.
Eu estava ali, diante dele, esperando, praticamente implorando, por uma resposta. Mas Damian não dizia nada. Nenhuma negação, nenhuma explicação. Apenas me encarava com aqueles olhos dourados indecifráveis, como se estivesse acima de tudo aquilo. Como se minha presença não o afetasse.
Mas eu sabia que era mentira. Eu via a rigidez em seus ombros, o leve apertar de seus punhos, a forma como seu peito subia e descia em um ritmo controlado demais. Ele não era indiferente. Ele estava segurando algo dentro de si, algo que ele não queria que eu visse.
O problema é que eu já via. E aquilo estava me destruindo.
— Diga alguma coisa. — Minha voz saiu firme, mas carregada de dor contida.
Ele não piscou. Apenas sustentou meu olhar.
A raiva borbulhou dentro de mim. A frustração e o medo que vinham se acumulando nos últimos dias explodiram de uma vez, sem permissão. Parecia que uma fera selvagem dentro de mim havia se libertado, tomada pela fúria.
— C