O calor da lareira crepitava na cabana, o cheiro de madeira queimada misturando-se ao odor de musgo e terra úmida, enquanto eu tentava resistir ao peso do olhar de Damian, seus olhos âmbar brilhando com uma intensidade que fazia minha loba rugir.
O ar estava carregado, o laço predestinado pulsando como uma corrente viva, e minha pele formigava com a proximidade dele, o couro rasgado de sua jaqueta exalando um aroma familiar que despertava memórias que eu lutava para enterrar. Minha mão ainda tremia do toque anterior, o calor dos dedos dele queimando minha pele, e minha loba uivava, exigindo que eu cedesse.
O chão de tábuas rangia sob meus pés, o vento frio entrando pela janela quebrada, mas o calor entre nós era sufocante, uma força que ameaçava desmoronar todas as barreiras que construí desde o divórcio.
— Damian, pare — falei, a voz firme, mas tremendo, enquanto dava um passo atrás, o frio da madeira contra minhas costas. Minha loba rugia, traída pelo calor subindo pelo meu pescoç