Depois de ter livrado a pele de Salvatore, retornei para meu quarto com o peito literalmente partindo ao meio. Eu havia escutado tudo: a desconfiança dos conselheiros, a voz dura de seu pai, e a pergunta que me atravessou como uma lâmina:
— E você jura que não tem se encontrado com aquela bailarina?
— Sim, pai. Juro. — ele respondeu.
Mas eu sabia que não era verdade. As noites em que ele desaparecia, o perfume enjoativo impregnado em sua pele, eram provas suficientes. Salvatore estava me traindo.
Por um instante, pensei em revelar tudo ao seu pai, expor sua mentira diante da Famiglia. Mas, refletindo friamente, percebi que não compensava. Não ainda. Eu faria Salvatore entender que precisava de mim, que não era descartável como pensava.
Escrevi um bilhete com calma, cada palavra escolhida como uma arma:
"No jantar, todos verão quem realmente manda nesta casa."
Eu mostraria que não era tão fraca e boba como ele acreditava.
Na noite seguinte, tudo estava articulado. Esper