Ela não pode saber até que tudo esteja resolvido...
Passei a mão pelo rosto dele, uma carícia breve, mas carregada de significado.
— Carlos, temos que ser cuidadosos. Essa é uma responsabilidade que não escolhi, mas... — pausei, tentando encontrar as palavras certas. — Já é minha. E nossa.
Ele assentiu, mantendo a mão ali, como se quisesse sentir cada pequeno sinal de vida.
O restante do dia passou devagar, mas também tranquilo. Clara insistiu que eu ficasse na clínica, tanto para monitoramento quanto para descanso. O ferimento no meu ombro foi tratado novamente, e ela fez questão de repetir a importância de repouso absoluto.
Carlos não saiu do meu lado em momento algum. Ele parecia alheio a tudo, exceto a mim, e a sua presença constante, por mais irritante que eu normalmente achasse, era surpreendentemente reconfortante naquele momento. Nós conversamos pouco; a maior parte do tempo, ele apenas segurava minha mão, como se seu toque fosse suficiente para me manter forte.
Ao cair da noite, Clara deu alta com a condição de que eu continua