Ele surgiu do nada correndo em minha direção com sua espada na mão e gritando palavras que eu não compreendia. Apesar do susto me recuperei bem e bloquei o primeiro golpe. conseguia ouvir a distância o som dos meus irmãos em batalha mas não conseguia ver nada ocupado com meu adversário.

Eu sabia que não poderia permanecer na defensiva por muito tempo; ele acabaria me derrubando do cavalo, e então eu estaria morto. Precisava atacar. Puxei as rédeas, tentando criar distância para contra-atacar. Assim que me afastei, ele correu para me alcançar, mas fui mais rápido: desferi um golpe direto em sua cabeça. Ele caiu com os olhos arregalados, sangue cobrindo o rosto. Não tive tempo de assimilar nada — meus irmãos ainda precisavam de mim.

Saltei do cavalo e corri até Hakon, que estava cercado por dois homens que lutavam com espadas e machados. Golpeei o primeiro que estava com o machado mas ele conseguiu se defender bem era um homem baixo mas forte e bem rápido após bloquear meu golpe ele virou-se pra mim e me atacou.

O machado era pesado, e isso me dava vantagem: o tempo de recuperação dele era maior. Avancei com toda a força que tinha, tentando cansá-lo — e estava funcionando. Quando ele começou a fraquejar, acertei seu braço e, em seguida, abri seu estômago. Ele caiu morto aos meus pés.

Eu não conseguia mais pensar ou ver mais nada. o único som era metal contra metal, minha respiração pesada e o cheiro de sangue e suor. Continuei indo em frente lutando com um e outro e mais outro perdi a noção de tempo, não sabia quanto tempo a batalha durava estava exausto com um corte que ardia no meu braço e já pensava que não ia aguentar mais.

Deferi o último golpe num garoto não muito mais novo que eu e cai de joelhos exausto olhei para cima e vi que a batalha tinha acabado respirei fundo e levantei - confesso que tive medo de olhar e ver algum dos meus irmãos caídos, Mas, apesar dos cortes e da exaustão estampados em cada rosto, todos estavam vivos.

Kenric me encarou,coberto de sangue suado e ofegante e então disse - Não é nada parecido com os treinos, não é? o cheiro… eles nunca falam do cheiro.

Você entendeu o que ele quis dizer o odor da batalha era repugnante - sangue suor e morte. Meu estômago revirou agora que estava mais consciente do ambiente ao meu redor. Corpos para todos os lados, uns 20 homens pelo o que pude contar, sangue e vísceras misturados a terra que quase me fez vomitar.

Limpe suas espadas - disse Maurin - o sangue danifica o aço

Obedecemos em silêncio. Com o fim da adrenalina, percebi meu próprio corpo: estava cansado, meu braço onde tinha um corte ardia, minhas pernas e braços pesavam uma tonelada e achei que não conseguia erguer minha espada de novo.Leoric me entregou um cantil e só então percebi a sede esmagadora que sentia.

Minha vontade era deitar e dormir ali mesmo, mas Hakon já se levantava e estava conferindo seu cavalo.

Maurin lavou meu ferimento com o pouco de água que tinha, mas não seria suficiente; eu precisaria limpá-lo com vinho ou vinagre — e não havia nada disso ali.

Vamos, nós precisamos chegar na taverna, e você precisa cuidar desse machucado, Amis. Aqui não temos nada para isso.

Montamos nossos cavalos e seguimos a estrada ansiando para chegar o mais rápido possível na taverna. Eu precisava descansar, comer, dormir — e tratar o corte que latejava no meu braço. Seguimos cavalgando em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos e ferimentos.