A paixão que não deveria existir
A paixão que não deveria existir
Por: Justice Vieira
Vale dos sussurros

O sol batia no meu rosto e proporcionava um pouco de calor e eu agradecia por casa segundo daquele calor. As montanhas ao meu redor pintadas de branco faziam ecos assustadores dos cascos dos nossos cavalos. 3 dias já onde tudo que tinha a nossa volta era as montanhas conhecidas como punho de Amon (devido a sua forma e a historia da batalha que la ocorreu). A estrada entre as duas montanhas era fria e difícil e estávamos ansiosos para chegar ao fim do caminho onde poderíamos encontra uma taverna fogo e vinho quente. Uma bufada alta me tirou dos meus pensamentos.

- Eu daria tudo para um bom vinho e uma boa mulher - disse exasperado meu bom amigo Kenric - Ele era um homem baixo mas forte com cabelos acobreados e olhos castanhos profundos. Uma barba por fazer cobria um rosto mais jovem do que parecia - Não aguento mais ficar sentado no lombo desse cavalo nesse frio da morte

- Reclamar não vai mudar nossa condição Kenric - disse entediado Maurin ele era um homem pratico e direto seu físico franzino escondia o fato de que era um exímio espadachin um dos melhores que já vi. Ele tinha cabelos negros e escorridos que cobriam parte de sua face magra e emburrada.

- Pode não mudar mas reclamar me ajuda - Riu Kenric - Você deveria tentar pode ajudar a perder esse cara de quem acabou de de tomar o vinho mais amargo que você já encontrou ou viu sua mulher chupando um estalajeiro qualquer

Maurin revirou os olhos e bufou ele tinha pouca paciência para as brincadeiras de Kenric. Ambos cavalgavam juntos a minha frente, Ao meu lado meu vinha Hakon e na retaguarda Leoric com seu arco e flecha e olhos de gavião atento a tudo.

- Deixe Maurin em paz Kenric e silencio estamos chegando ao vale dos sussurros - Disse Hakon levemente incomodado em sua cela - Precisamos estar atentos.

O vale dos sussurros era a passagem mais perigosa de punho de Amon conhecida por seus rochedos que muitas vezes escondiam ladrões e selvagens. O silencio dominou o grupo que ficou levemente tenso também. Percebi que Hakon mudou a postura e estava pronto para atacar até o vento com sua mão na espada e os olhos vigiando todo os lados.

Eu odiava essa tensão só esperava passar pelo vale e chegar logo no final da estrada não só por ansiar por uma cama de verdade uma lareira para me aquecer e bom vinho mas sabia que quando chegasse no fim da estrada estaria mais perto de casa. Estava longe a muito tempo, sentia falta dos meus irmãos e dos meus Pais, Arne e Emil devem estar em idade de pegar na espada já e Elorian e Petra sendo preparadas para o Casamento. Quando sai de casa elas eram duas garotinhas que sentavam em meus joelhos para ouvir uma historia Deus eu sentia falta até do cachorro magro que ficava aos meus pés implorando por comida, espero que caçador esteja vivo ele era tão magro parecia que não era alimentado nunca.

Seguíamos em silêncio absoluto, olhos fixos, mãos firmes sobre as armas. O único som era a nossa respiração, o sussurrar do vento e o eco rítmico dos cascos dos cavalos. Rezei baixinho, quase como um murmúrio para mim mesmo: que o Deus da Guerra nos desse força, e que a Deusa Mãe nos envolvesse em sua proteção, guiando-nos sãos e salvos de volta para nossas casas.

Olhei para os homens ao meu lado. Nenhum palavra, nenhum gesto. Mas em seus olhares encontrei o mesmo fogo que queimava em mim — uma mistura de medo e determinação, de inexperiência e coragem forjada. Éramos soldados, sim. Mas, no fundo, ainda éramos meninos. Meninos com barbas ralas, empunhando espadas, tentando parecer mais velhos do que éramos, tentando sobreviver.

Lembro-me do dia em que deixei minha casa para aprender a ser mais que um garoto: para me tornar rei, soldado, senhor de terras, líder. Meu pai me disse, naquele verão quente, que eu já tinha idade suficiente para estudar na Fronteira, junto aos soldados. Lá, aprenderia a manejar a espada, a preparar minhas armas, a lutar ao lado de homens desconhecidos, homens em quem deveria confiar minha vida. E, no final, voltaria pronto para assumir meu lugar ao lado dele.

Corri para minha mãe, soluçando, incapaz de me afastar. Ela me olhou com uma ternura firme, e seus olhos cinza penetrantes pareceram atravessar minha alma.

— Um dia, também precisei deixar tudo que conhecia — disse ela — mas enfrentei o medo com a coragem Essandele, e esse mesmo sangue corre em suas veias.

— Coragem, meu lindo menino. Em breve, você se tornará um homem.

Um arrepio subiu pela minha espinha. Os cavalos relincharam, inquietos. Não estávamos mais sós. Senti os olhos deles sobre nós, penetrando o silêncio, e vi meus companheiros se moverem desconfortáveis, sentidos da mesma presença invisível.

— Preparem suas armas — disse Hakon, a voz firme, cortando o ar. — Não estamos mais sós.

Minha mão apertou o punho da espada. A lâmina era elegante, fina, com gravuras ancestrais que proclamavam o lema da minha casa: Sub alis nostris, potentia et aeternitas — “Sob nossas asas, poder e eternidade.” Cada golpe que eu desferisse seria por todos os meus ancestrais, carregando o peso de seu legado.

Olhei para Hakon. Ele estava pronto. Sempre estava. Parecia ter nascido com uma espada na mão e uma batalha à espera. Nunca se alterava, nunca vacilava, sempre focado, sempre preparado. Muito em breve, seria meu guardião. Desde criança, ele se preparava para isso — e eu não tinha dúvida: ele honraria essa missão, até o último sopro.

O silêncio ao nosso redor se tornou mais pesado. Cada sombra parecia se mover. Cada relincho, cada farfalhar de folhas nos lembrava que o perigo espreitava, invisível e impiedoso. E, ainda assim, estávamos prontos. Porque éramos soldados E porque, mesmo sendo meninos com espadas nas mãos, não haveria medo capaz de quebrar a determinação que corria em nossas veias.

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