Era muito cedo, quase de madrugada, quando Santiago Esquivel chegou ao apartamento remoto do subúrbio onde tinha combinado encontrar-se com um homem que não conhecia, mas Javier Vasconcelos sim.
Se temia pela vida, ao aparecer ali sozinho, escondeu muito bem.
Ele sabia que o outro já havia chegado, pois um carro preto e algumas pessoas suspeitas de terno escuro e óculos escuros o observavam lá dentro.
Ele caminhou com passo firme e bateu na porta algumas vezes com os nós dos dedos. De dentro, uma voz não muito profunda e com sotaque forte que ele teve dificuldade de identificar, respondeu-lhe:
-Acontece.
Ao entrar, deu de cara com um homem pequeno, talvez na casa dos cinquenta e com traços asiáticos, provavelmente japoneses.
Ele logo entendeu.
-Sente-se senhor Esquivel, sei que temos muito o que conversar.
-Foi o que me disseram, embora eu não saiba quem você é.
-Simplesmente um empresário, como você, com um problema em comum: Gunther Hesse. Mas se você deixar isso pra lá, eu apareço.