Os dias pararam de repente.
Passaram em horas lentas que aumentaram sua angústia.
Comemoravam cada grama ganha e sofrida a cada sinal de alarme dos monitores.
Desde o dia do parto, Santiago recusava-se a ver ou falar com os pais.
Tanto ele quanto Muriel pareciam sombras errantes, orbitando a enfermaria neonatal e esperando com uma paciência que não tinham.
Os rostos dos médicos eram como uma máscara indecifrável, mas as enfermeiras, amorosas e compassivas, disseram-lhes para terem esperança. Eles foram testemunhas de dor e milagres.
E eles mantiveram essa fé. Conversaram com sua pequena Isabella para fazê-la sentir sua presença, e quando finalmente deixaram que a descansassem no peito, com muito cuidado, sentiram como se estivessem tocando o céu com as mãos.
Dia após dia, noite após noite, eles esperaram.
Até que, numa tarde, tudo mudou.
-Sua garotinha está fora de perigo. Se tudo continuar assim, em mais uma semana ele poderá receber alta.
E desta vez as lágrimas foram de felicidade.