Naquela noite, Kisa levantou-se no meio da madrugada — o que, na verdade, já estava virando um hábito —, desceu até a cozinha, abriu a geladeira e pegou um pudim. Começou a comê-lo com gosto, murmurando entre os dentes como aquilo estava delicioso, aproveitando o momento em silêncio. Mas, de repente, um barulho a assustou. Ela se virou bruscamente e, ao ver Royal ali, parado na porta, engoliu o pudim com dificuldade, quase engasgando.
— Droga! — exclamou, tentando se recompor do susto, enquanto Royal a observava com um olhar fixo e curioso. Com o coração acelerado, Kisa tentou disfarçar, mas não conseguiu evitar um leve gaguejo.
— Senhor Fankhauser, o senhor quase me matou do coração — disse, levando a mão ao peito.
Royal se aproximou com passos lentos, os olhos cravados nela, até parar ao lado da cadeira onde Kisa estava sentada.
— Então agora você virou ladra?
Kisa franziu o cenho, sem entender de imediato a acusação.
— Do que o senhor está falando? — perguntou, confusa.
— Você está