Um chá cairia bem...
Jaqueline
Edgar se curvou para frente com as mãos cobrindo o rosto, enquanto chorava de forma descontrolada. O som abafado dos soluços enchia o ambiente, quebrando qualquer formalidade que seu terno tão impecável transmitia. O impacto de ver um homem tão importante e influente naquele estado fez o meu coração acelerar.
– Senhor Edgar… o que houve? Perguntei num tom suave, tentando não soar invasiva.
Ele apenas balançou a cabeça, os ombros subindo e descendo num ritmo pesado. Tomada por um impulso de cuidado, abri a bolsa apressada, revirando até encontrar um pequeno maço de lencinhos de papel.
– Aqui… ofereci com delicadeza tocando seu ombro.
– Obrigada, minha querida. Ele pegou um lenço e começou a enxugar as lágrimas. Ainda que não explicasse nada, a dor estava estampada nos seus olhos.
– Respire… tá tudo bem, o senhor não está sozinho.
Minhas palavras saíram baixas, mas carregadas de sinceridade, apesar de não conhecê-lo tão bem. Ele olhou para mim com os olhos vermelhos e marejado