Ouvindo atrás da porta...
Alexandre
Quando vi a Jaqueline parada na porta da cobertura, meu olhar se prendeu a ela. Eu queria gravar aquela imagem na minha memória. Ela estava linda com seu sorriso que parecia iluminar tudo ao redor. Seus pés descalços contrastavam com o vestido de festa. Me aproximei num gesto natural e a ergui nos meus braços, sentindo o calor e o cheiro suave que emanava dela.
Enquanto eu a carregava para o sofá, constatei mais uma vez, que junto dela minha vida tinha ganhado outra cor, outro ritmo. Tudo parecia mais doce, mais simples. Não havia as discussões afiadas nem a eterna batalha de vontades que conheci ao lado da Raissa. As lembranças vinham rápidas. A tensão antes de cada evento, a roupa, o lugar. Nada nunca estava bom. Ter sua companhia em uma festa era como atravessar um campo minado.
Jaqueline não carregava pesos desnecessários. Dona de uma maturidade impressionante, sempre aberta ao diálogo. Me acompanhar não era um fardo. Nossas trocas de olhares sempre cheias de cumplicidade