Jaqueline

Sentada em minha mesa eu lia novamente a lista como se pudesse estar enganada. Mas não estava. O nome estava ali perfeitamente digitado, sem margem para dúvidas: “Talles Alves Sodré”. Meu estômago ainda revirava quando dobrei a lista e a escondi embaixo de uma pilha de papéis. Não esperava revê-lo nunca mais. Muito menos assim, em um evento onde eu estaria ao lado do Alexandre.

Voltar a ver o Talles… talvez ouvir a voz dele… provocava em mim uma mistura de sensações antigas. As feridas ainda não estavam cicatrizadas. Ele foi um homem cruel, me pisou de várias formas e feriu meu orgulho. Demorei para reconstruir a mim mesma depois daquele abandono.

Durante o restante do expediente, era como se apenas meu corpo estivesse presente. Sentada na minha mesa, meus olhos corriam pela tela do computador. Digitava e-mails e relatórios de forma automática. Minha mente vagava para outros lugares. Me recordava do olhar calculado do Talles, das promessas vazias, das ausências disfarçadas d