Vamos para casa...
Pamela
O dia da alta chegou. Quinze dias desde que meus filhos nasceram. Quinze dias de lágrimas, de medo, de orações e de noites em claro. E agora eu tô aqui, sentada na cama do hospital, segurando a bolsa que eu nem acredito que finalmente vou usar pra ir embora.
O médico acabou de sair, com aquele sorriso tranquilo que sempre me acalma.
— Pamela, você e o Lucas estão liberados. Mas a Isabela vai precisar ficar mais alguns dias. Ela tá reagindo muito bem, os pulmões estão amadurecendo, e eu acredito que em cinco dias ela já possa ir pra casa também.
Cinco dias. Eu repito essa frase na cabeça várias vezes, como se fosse uma promessa. Cinco dias. Dá pra aguentar.
Olho pro bercinho ao lado e vejo o Lucas dormindo. Tão pequeno, mas já com o rostinho mais corado, o peitinho subindo e descendo devagar, como se respirasse com calma pelo mundo inteiro. Eu encosto a mãozinha dele na minha, e ele se mexe, soltando aquele barulhinho leve de bebê que parece música pra mim.
— Meu amor, a gente v