Pamela
Eu estava deitada à beira da piscina, aproveitando o sol quente que só o Brasil sabe entregar mesmo no inverno. A água brilhava azul, e eu sentia a brisa suave bater na pele, misturada com o cheiro de protetor solar e o gosto gelado de uma água com rodelas de limão. Eu precisava disso: um momento de paz depois de tantas viagens, tribunal, e intrigas que pareciam nunca ter fim.
Fechei os olhos e deixei que o sol esquentasse meu rosto. Pela primeira vez em dias, consegui não pensar em compromissos, nem em fofocas, nem em Clarissa. Apenas silêncio. Até que, claro, a paz resolveu ser interrompida.
A porta de vidro que dava para a área da piscina se abriu e, de repente, ouvi a voz que menos queria ouvir naquele instante:
— Bom dia, irmanzinha.
Abri os olhos devagar e virei o rosto na direção da voz. Valentina. A minha meia-irmã. Só a forma como ela pronunciou “irmanzinha” já carregava veneno suficiente para azedar minha manhã.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, me ajeitand