Pamela
Assim que o avião pousou, senti aquele friozinho na barriga que sempre me dava quando uma viagem começava de verdade. Londres. Eu repetia mentalmente, quase saboreando a palavra. Eu estava em Londres, ao lado de Caleb Belmont, no assento da primeira classe, depois de horas de voo que, confesso, passaram rápido demais porque estar com ele era leve, confortável.
Mas, claro, nada na minha vida podia ser cem por cento perfeito. Márcia.
Ela já tinha aparecido no avião, com aquele jeito insuportável de sempre, me cumprimentando como se fosse minha melhor amiga, quando na verdade tínhamos uma história cheia de disputas ridículas. Márcia nunca tinha sido uma inimiga declarada, mas era daquelas pessoas que não suportam perder — e transformam qualquer situação em uma competição.
Eu forcei sorrisos, respondi o mínimo possível, e ainda tive que engolir a frase dela sobre eu ter “conseguido desencalhar”. Caleb, por sorte, cortou a conversa rápido, e depois disso ela seguiu para o assento de