caleb
Acordei naquele dia me sentindo mais leve do que em muito tempo. Desde que descobrimos que eram gêmeos, tudo dentro de mim parecia em ordem. Pamela estava radiante — e quando ela estava bem, o mundo inteiro parecia funcionar melhor.
No fim da tarde, eu olhei pra ela trabalhando na mesa do escritório, concentrada, e pensei que talvez fosse uma boa ideia passar um tempo com a minha família. Já fazia semanas que a gente não jantava com meus pais, e minha mãe vinha mandando mensagens todo santo dia, perguntando “quando vocês vão aparecer por aqui?”.
Peguei o celular e liguei pra ela.
— Alô? — a voz da minha mãe veio animada, daquele jeito cheio de energia que sempre me fazia rir.
— Oi, mãe. É o Caleb.
— Filho! Até que enfim! Já achei que vocês tinham esquecido da família.
— Claro que não, mãe — falei rindo. — Eu e a Pamela estamos pensando em jantar aí hoje à noite.
Do outro lado da linha, deu pra ouvir um gritinho. — A Pamela vem também?! Ah, meu Deus, eu vou preparar algo especial