Pamela
Acordei ainda com a raiva entalada na garganta. A proposta absurda de Caleb ainda ecoava na minha mente, como uma provocação constante que não me deixava em paz. Como ele teve a audácia de me oferecer um acordo… de me usar como uma solução conveniente para os problemas familiares dele? Eu não era uma moeda de troca.
Vesti-me com mais intenção do que o habitual. Uma blusa de tecido leve, quase transparente sob a luz certa, e uma saia lápis justa que marcava cada curva com perfeição. Meus saltos soaram alto contra o chão do apartamento enquanto caminhava até a porta. Se ele queria jogar sujo, eu mostraria que também sabia brincar.
Cheguei na empresa antes dele, como sempre. A sala ainda estava silenciosa, os corredores pareciam suspensos num momento de pausa. Sentei na minha mesa e mergulhei no trabalho, tentando ao máximo ignorar cada lembrança do seu toque, cada eco da voz dele no meu corpo.
Mas, claro, não durou muito.
— Bom dia, Pamela — ele disse quando passou pela minha mes