Pamela
Entrar no trem foi como entrar em outro mundo. Assim que passamos pela porta, um calor aconchegante me envolveu, contraste imediato com o frio cortante da estação. As poltronas eram largas, revestidas de tecido macio, com mesas pequenas entre elas. As janelas, enormes, faziam parecer que a gente ia viajar dentro de uma tela de cinema.
Caleb me ajudou a guardar a mala no compartimento acima e, quando me sentei, não consegui segurar o sorriso bobo que se abriu no meu rosto.
— Você já andou de trem assim antes? — ele perguntou, ajeitando o casaco.
— Nunca — respondi, quase sussurrando. — Eu só via em filme.
Ele riu. — Pois agora você tá vivendo o filme.
O trem começou a se mover devagar, e senti aquele balanço suave que fazia meu corpo acompanhar o ritmo. Olhei pela janela e vi Paris se afastando, os prédios ficando menores, até que deram lugar a campos abertos.
— Caleb… olha isso. — Apontei para a janela, hipnotizada.
A paisagem era um tapete branco infinito. O inverno tinha cobe