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Capítulo 3- Eu o amo

—Irmã, me desculpe mesmo. Sei que você teve que passar sua primeira noite de núpcias sozinha, mas fique tranquila, eu cuidei muito bem do Alexander —ela diz com descaramento.

Sinto a raiva percorrer minhas veias e, sem pensar, avanço contra ela. Me aproximo e lhe dou um tapa forte no rosto.

—Você é uma descarada, uma vadia maldita! Durante anos se envolveu com meu noivo bem debaixo do meu nariz —grito, furiosa.

Ela deixa cair lágrimas falsas imediatamente.

—Irmã, como você pode ser tão cruel comigo? Eu juro que não queria me envolver com o Alexander, mas nós nos amamos tanto... Eu o amo tanto que não consegui resistir ao que sentia. Tentei mil vezes me afastar, mas o amor foi mais forte. Acredite, a última coisa que eu queria era que você descobrisse dessa forma —diz com cinismo.

Não me surpreende nem um pouco. Fingir sempre foi o forte dela.

De repente, sinto um empurrão que me faz cair no chão. Ao levantar o olhar, vejo o rosto lindo de Alexander me encarando com um ódio assassino.

—Se você a machucou, juro que vai se arrepender, Aslin. Já conversamos sobre isso e achei que você tinha entendido. Não culpe a Arlette, ela não tem culpa de nada. Simplesmente aconteceu, nos apaixonamos. Se acostume com isso de uma vez —ele diz com frieza.

—Você é tão cruel comigo, Alexander, que já me acostumei… Como espera que eu aceite? Desde que me entendo por gente, fui criada para ser sua esposa. Achei que você me amava —grito com lágrimas nos olhos.

—Me esqueça e se acostume com isso, assim teremos paz —responde sem nem me olhar.

O vejo se ajoelhar e pegar Arlette nos braços, carregando-a como se fosse uma princesa. Antes de desaparecer pela porta, ela me lança um olhar triunfante.

Sem conseguir suportar mais, corro escada acima até meu quarto. Me jogo na cama e desabo, chorando sem parar. Não aguentava mais. Ver o homem que eu amava me apunhalar no coração repetidamente, e saber que ele não se importava nem um pouco, era insuportável. Arlette era tão sortuda… Tinha Alexander na palma da mão. Não entendia o que ele tinha visto nela para se apaixonar assim.

Vou até meu criado-mudo e pego uma fotografia da minha mãe. Fico olhando fixamente. Na imagem, minha mãe, com cerca de vinte anos, está linda. Sou o retrato dela, exceto pela cor do cabelo: o dela, negro como a noite; o meu, loiro como o de meu pai.

—Mamãe, queria tanto que você estivesse aqui. Queria ter ido com você. Não aguento mais tanta crueldade —sussurro, abraçando a foto.

Horas depois, o som do telefone me desperta. Eu havia adormecido no chão, abraçada à foto da minha mãe. Me levanto rapidamente e atendo. Era minha amiga Vero. Atendo de imediato e sua voz aguda enche meus ouvidos.

—Aslin, você precisa me contar tudo! Como foi sua noite de núpcias? Para onde o Alexander te levou na lua de mel? —pergunta empolgada.

Não consigo evitar um soluço.

—Aslin? Você está chorando? O que aconteceu, querida? —pergunta preocupada.

—Ai, Verônica… Se você soubesse. Tudo se transformou num pesadelo horrível do qual quero acordar. Não aguento mais —confesso com a voz trêmula.

—Calma, amiga. Por favor, para de chorar e me conta o que aconteceu —insiste, desesperada.

—Não posso te contar por telefone. Você está livre esta noite? Podemos jantar no restaurante Royal —proponho, enxugando minhas lágrimas.

—Como assim? Mas você está em Londres! Achei que estivesse fora do país —responde surpresa.

—Nos vemos no restaurante. Te contarei tudo —digo antes de desligar.

Vou ao banheiro e tomo um banho relaxante. Depois, me visto com um suéter, um casaco, jeans justos e tênis brancos. Penteio o cabelo em um rabo de cavalo e saio da mansão.

Não gostava que ela fosse nos arredores da cidade, pois precisava andar muito até a estrada principal. Poderia ter pedido um motorista, mas não queria usar nenhum serviço da casa.

Trinta minutos depois, finalmente chego à estrada e pego um táxi. Ao subir, verifico minha carteira: só tenho 20 libras esterlinas. É irônico. Sou esposa de um dos magnatas mais ricos do mundo e mal tenho dinheiro para pagar um táxi.

Ao chegar ao restaurante, entro e vejo Verônica sentada perto da janela. Quando me vê, ela se levanta e me abraça forte.

—Aslin, querida, o que aconteceu? Você está tão pálida... Parece arrasada —diz preocupada.

—Ai, Verônica, você não sabe tudo o que aconteceu… —murmuro enquanto nos sentamos.

Conto tudo e, ao terminar, ela explode de raiva.

—Aquela vadia da Arlette! Como teve coragem? Pra ser sincera, amiga, nunca te contei, mas suspeitava de algo entre eles. Uma vez, eu e Liliana viemos a este restaurante e os vimos jantando juntos. Pareciam tão românticos... Queria te contar, mas você estava tão empolgada com o noivado que não tive coragem. Me desculpa, Aslin… —diz, com culpa.

—Não se culpe, Verônica. A culpa não é sua, é desses dois traidores —respondo com amargura.

—Então por que não se divorcia? Você pode, tem todo o direito —insiste.

Suspiro antes de responder.

—Eu teria feito isso, mas meu pai me ameaçou. A empresa está falida e ele precisa desse casamento para se reerguer. Além disso, se dona Líbano souber, acho que não aguentaria... Ela tem menos de dois anos de vida. Alexander me disse que, quando ela se for, nos divorciaremos e ele me dará uma compensação. Depois vai se casar com Arlette… —digo, triste.

—Eles são uns desgraçados! Quebraram seu coração e ainda te usam como um objeto —diz Verônica, revoltada.

—Eu sei... Mas vou aguentar, só por dona Líbano. Ela sempre me tratou com carinho e não quero lhe causar tristeza —sussurro.

Verônica concorda e muda de assunto.

—Verônica, queria te pedir um favor. Você poderia falar com seu amigo Erick? Quero pedir um trabalho. Você sabe que me formei recentemente em arquitetura e quero começar a ganhar meu próprio dinheiro. Quero juntar para ir embora quando tudo isso acabar. Não pretendo tocar em um centavo do Alexander.

—Claro, amiga! Vou falar com o Erick e te aviso —responde com entusiasmo.

Sorrio, mas então me lembro de algo.

—Ah… Você poderia me emprestar dinheiro para o táxi? Fiquei sem nenhum trocado… —digo, um pouco envergonhada.

—Amiga! É claro! —responde, e alguns minutos depois recebo uma notificação.

Ao ver o valor, fico petrificada.

—Verônica, isso é demais. 150.000 liras?! Com 5.000 era suficiente… —digo, surpresa.

Ela apenas sorri.

—Somos irmãs. Você me paga depois. Agora vamos, eu te levo para casa —diz, e saímos juntas do restaurante.

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