Voltei meu olhar para Frieda, que organizava as coisas com movimentos rápidos, mas quase automáticos, como se estivesse no piloto automático.
— Frieda, está tudo bem? — Perguntei, tentando soar gentil.
Ela se virou para mim, a expressão calma, mas sem nenhuma emoção real. — Sim, senhora.
— Pode me chamar de você.
Ela hesitou por um momento antes de responder. — Está bem, senhora.
— Você está bem mesmo? Não parece... confortável.
— Estou, sim. Vou terminar aqui e ajudar no café.
— Não precisa. Eu mesma cuido do meu café, mas obrigada.
Ela assentiu e voltou ao trabalho. Algo no jeito dela me incomodava, mas não sabia exatamente o que. Resolvi deixar o assunto de lado por enquanto e fui para o banho.
Quando saí, Frieda não estava mais no quarto. Desci para a cozinha, e a encontrei lá, segurando uma xícara de chá nas mãos.
— Frieda, não precisava... — Comecei, mas a frase ficou presa na garganta quando percebi que não estávamos sozinhas.
Um homem estava parado perto da porta da cozinha. E