O silêncio pesava na sala. Lucy encarava o diretor, que mexia em papéis, alheio à tensão. Com a garganta seca e o olhar perdido, ela tomou coragem.
— Então é isso? — perguntou, a voz tremendo, como se duvidasse das próprias palavras. — Esse é o mistério?
— É importante que a bruxa descubra sozinha — respondeu ele, apontando para a cadeira. — Sente-se. Assim, não duvida quando entende.
— E por que isso? — perguntou Lucy, sentando-se, o colar de meia-lua pulsando suavemente.
— Não é fácil chegar e dizer: “Você é uma bruxa” — disse ele, com um sorriso. — Você me chamaria de louco e correria pra longe.
— Verdade — admitiu Lucy, tentando rir, mas o peso da revelação a sufocava.
— Uma bruxa é uma força da natureza — continuou ele, sério. — Negar isso pode causar danos. Mas agora você sabe. Agora pode entender. Vamos.
— Pra onde? — perguntou ela, desconfiada.
— Ver um amigo.
Caminharam em silêncio até outra sala. Um cheiro estranho, de ervas e papel velho, invadiu o nariz de Lucy antes que o