A penumbra do quarto era aconchegante, Guilherme e Tábata estavam deitados, abraçados, o calor dos corpos misturava-se ao som das respirações compassadas. Tábata suspirou, ainda pensando no telefonema recebido de manhã. Guilherme percebeu a inquietação e afagou seus cabelos com a ponta dos dedos.
— O que foi, amor? — perguntou ele, a voz baixa e suave.
Ela hesitou por um instante antes de responder, sua mão acariciando distraidamente o braço dele.
— Estive pensando no que você disse sobre algo que você disse quando nos reencontramos... Sobre os deveres que o pai de Lean tem de cumprir — murmurou. — Não pensava em procura-lo, ter ele por perto. Não depois de tudo que fez. Mas, ao mesmo tempo, penso que talvez, quando a Lean for maiorzinha, ela vai querer esse contato.
Guilherme estreitou o abraço, como se quisesse protegê-la dos próprios pensamentos.
— É uma decisão difícil, Taby — começou, cuidadosamente. — Mas, se ele quiser mesmo fazer parte da vida dela, a lei dá esse direito. A me