Guilherme olhou para a tela do celular e imediatamente seu rosto se transformou. Os lábios se apertaram, os olhos estreitaram e uma expressão de desprezo surgiu nas feições másculas. Atendeu a ligação com um movimento brusco, levantando e afastando em direção ao balcão de divisão entre os cômodos.
— Simon — disse o nome como se fosse uma maldição —, o que você quer? — sua voz era cortante.
Tão surpresa quando ele com o telefonema, Tábata observou Guilherme, os olhos amendoados seguindo cada movimento dele. Ela não conseguia ouvir o que era dito do outro lado da linha, mas a tensão no corpo de Guilherme era palpável. Algo estava muito errado. Ele parou de repente, os ombros tensionados, e então soltou irritado.
— Paulina? — Tábata reparou que a voz, antes carregada de desprezo, agora tinha toques de nervosismo. — Por que diabos está perguntando se Paulina está conosco?
— Gui, o que foi? — perguntou preocupada, a voz um pouco mais alta, tentando chamar a atenção.
Ele nem olhou para ela.