O maxilar de Guilherme se contraiu imediatamente, e ele desviou o olhar para as mãos, agora fechadas em punhos sobre as coxas. Inspirou fundo, o ar saindo aos poucos em um suspiro pesado.
— Ódio... — repetiu num múrmurio, quase para si mesmo. — Não, não sinto ódio por ela.
Levando a mão à nuca, massageou o local lentamente, enquanto a mente procurando as palavras certas para responder uma questão que nem ele compreendia por completo.
— Mágoa descreve melhor. — Se recostou no sofá, deixando a cabeça tombar para trás, encarando o teto. — Ela nos deixou quando eu tinha pouco mais de sete anos. — Ele fechou os olhos por um momento, como se revivesse a cena. — Disse que precisava de uma vida melhor. Desde então, casou mais duas vezes e só entra em contato pra pedir algum favor ao meu pai. — Soltou um risco de riso, a amargura corroendo suas palavras. — Essa é a pior parte. Ela pode me ignorar como filho, estou habituado. Mas é cruel ao procurar meu pai quando está em dificuldade, ou resse