Valentina me encara com o cenho franzido.
— Pra onde? — Ela arqueia as sobrancelhas e cruza os braços.
— É surpresa. Anda, vamos.
— Mas, já é tarde. E tem a Alexis... não podemos sair a essa hora.
— Já falei com o seu pai. Ele vai ficar com ela. — Sorrio vitorioso.
— Mas eu não quero ir. — Ela me olha desafiadora.
— Você vai nem que eu tenha que te pegar no colo e te amarrar no carro. — Digo sério, pra ela saber que eu não estou brincando.
Ela franze o cenho, e mesmo relutante, se levanta do sofá e me segue até a garagem. Ainda estávamos com a roupa do jantar. Ela, com um vestido rodado lilás, e eu, de calça jeans e camisa social azul. Entramos no carro em silêncio, mas logo ela começa a tagarelar.
— Pra onde você tá me levando? — Essa pergunta se repete umas 100 vezes.
— Eu já disse. É surpresa. — Respondo uma última vez.