Após um tempo dormindo no ombro de Sérgio, Abigail acordou mas não se moveu. Ela ficou pensando e quase não acreditou nas palavras que ela mesma tinha dito. Aquilo saíra de sua boca sem pensar, guiado apenas pelo impulso — ou pelo calor do momento. Talvez as duas coisas. O homem sentado ao lado dela, com aquele perfume inebriante e o olhar que parecia atravessá-la, só fazia tudo parecer mais inevitável. Estar perto dele era como estar perto de algo perigoso, mas ao mesmo tempo viciante. Como uma vertigem prestes a tomar conta.
Sérgio percebeu que ela havia acordado e sorriu, mas não disse nada. Ela levantou a cabeça e o encarou por alguns segundos. O silêncio entre eles era denso e carregado, e naquele olhar havia uma pergunta muda, um pedido de permissão. Abigail retribuiu com um sorriso tímido, quase nervoso, e ele entendeu.
Então ele a beijou.
O beijo começou devagar, um toque hesitante, mas cheio de tensão acumulada. Como se o tempo tivesse parado. Mas logo aquele toque se intensif