A madrugada repousava sobre a vila reconstruída com um silêncio denso, quase reverente. Após os horrores enfrentados no limbo e a queda de Khoran, a aldeia parecia respirar de novo. Mas nem mesmo a brisa fresca da noite era capaz de acalmar a inquietação que se alastrava em Aric. Algo dentro dele estava mudando — não apenas uma mudança emocional, mas algo mais profundo, visceral.
Lysandra, deitada ao seu lado, dormia com o semblante sereno, uma paz rara estampada no rosto. Ele a observava em silêncio, mas seu peito ardia com uma energia que não sabia nomear. Seus olhos dourados, antes intensos apenas em momentos de transformação, brilhavam agora mesmo sob a forma humana, como se carregassem luz própria.
Saiu da tenda com passos lentos, cruzando o acampamento até a clareira onde os anciões costumavam se reunir. Lá, encontrou Kael, o velho curandeiro da matilha da montanha, que agora auxiliava na união entre as tribos.
— Você sente, não é? — disse Kael, sem se virar. — O sangue antigo d