Luara
Abro o armário e tiro uma caixinha branca com uma cruz vermelha de dentro. Fico impressionada que até linha com agulha tem. Tiro tudo que preciso: gazes, esparadrapo, soro fisiológico, álcool e antisséptico.
Lavo bem minhas mãos, passo álcool, olhando para ele com atenção. Seus olhos estão semicerrados, o rosto pálido, e a respiração curta. Seco minhas mãos e ele encosta a cabeça na parede, com o braço do lado atingido sobre a barriga e o outro solto.
Tato — Já fez isso antes? _ Concordo, olhando para o buraco, próximo à clavícula e vejo a bunda da bala…
— Seu irmão também já passou por isso. Ele me pediu pra fazer e eu fiz e aprendi. Pode ficar tranquila… _ Pego a pinça que está perto da tesoura, na parte de ferramentas esterilizadas.
— A bala tá quase saindo. Eu vou tirar ela primeiro, depois eu lavo. Tá bom? _ Ele concorda respirando fundo.
Tato — Vai na fé! _ Me curvo mais próxima do seu rosto, apoio o braço dele com uma toalha dobrada e começo a remover com cuidad