Luara
Desço da sua moto, olhando para a rua lotada de bandido armado, espalhados em cada canto...
 Pego meu celular enquanto passo a mão no cabelo. Vejo meu reflexo na tela escura e espelhada, conferindo se os fios estão alinhados. Deslizo os dedos novamente, ajeitando a franja jogada de lado em camadas. Analiso meu rosto sem maquiagem — apenas com as extensões de cílios brasileiro penteados.
 Guardo meu celular no bolso de trás do shortinho branco de lycra. Ajusto o cós na cintura e puxo uma mecha de cabelo sobre o ombro.
 Não vou mentir: estou um pouco tensa. De todas as possibilidades que imaginei, jamais passou pela minha cabeça que aquela cachorra fosse aparecer com uma filha.
 Bem espertinha, essa piranha. Esperou ele sair pra sacar sua carta na manga. Usa a filha como escudo pra não ser cobrada — uma jogada de mestre. Agora é esperar pra ver quanto tempo essa encenação dura… e o que ela vai aprontar a seguir.
 Eu poderia estar surtando por isso,como eu sempre faço, mas vou agir