A fortaleza (II)

— Está pensando no que? — Zadock perguntou, como se sutis sinais no meu rosto me entregassem.

— Primeiramente, estou pensando no quanto é bom pensar... e isto você não pode tomar de mim, tampouco invadir minha mente. Segundo, em quanto tempo vou me arrepender — mordi o lábio até sentir o gosto metálico do sangue, tamanha raiva que eu senti.

— O arrependimento faz parte da educação — disse, seco. — E você já começou a aprender.

Apelidou-me sem cerimônia: “Derringer”, murmurou, num tom de desprezo.

— Eu tenho direito de saber o que isto significa. – O confrontei.

— Uma arma pequena, portátil e prática... também inútil em guerras.

Descartável! Aquela era a palavra final, que só não saiu da boca dele.

— Mas uma Derringer também mata se a mão que a impunha for precisa. Lembre-se, pequenas armas podem surpreender. – Sorri, com escárnio.

Zadock sorriu, de forma tranquila, como se eu fosse um... nada.

Quando ele se virou para ir embora, respirei fundo e falei, sem pensar nas consequências:

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