Não importava o que acontecesse, ela nunca seria como Aurora aos olhos de Sílvio.
- Não me importo mais.
Ela estava claramente mentindo.
Sílvio podia ver através do seu descontentamento.
- Não precisa escolher, vou jogar tudo fora.
Depois de falar, ele começou a agir, atirando todas as coisas numa grande caixa de papelão e, em seguida, a levou para fora.
Lívia, de repente, achou a cena um pouco cômica.
Ela ficou imaginando se as coisas dela também haviam sido descartadas daquela forma quando Aurora tomou seu lugar.
Sem misericórdia, com movimentos rápidos e decisivos.
Mas agora era a vez e Aurora.
Ele não cansava de ficar alternando entre as duas?
Ela não pôde deixar de expressar seus pensamentos, e as palavras quase que saltaram de sua boca:
- Você não a ama tanto assim, ama?
Ela precisava saber.
Mas ele nunca amou Aurora. Era apenas gratidão e afeição de muitos anos de convivência.
Ele já tinha explicado isso a Lívia várias vezes, mas parecia que ela ainda se recusava a acreditar.
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