O salão ficou em silêncio por um segundo após as palavras do rei.
"Não se iluda, escrava. Você não passa de um corpo barato."
E então... o som abafado dos risos. Não gargalhadas escancaradas — eram risos curtos, sussurrados, venenosos. Como farpas escondidas sob a pele.
Um dos servos abaixou a cabeça para esconder o sorriso. Outro ergueu a sobrancelha para Kora, que observava tudo com um ar de escárnio satisfeito.
Eliara não conseguia respirar. O prato nas mãos tremeu e por pouco não escorregou. Seu rosto queimava. O sangue parecia ter sido arrancado de seu corpo, deixando apenas cinzas por dentro.
Ela queria correr. Sumir. Desaparecer da face da terra.
Mas ficou ali. Como sempre. Por Maekor. Porque escravas não tinham o direito de cair.
Quando finalmente saiu do salão, não olhou para trás. Mas sentia... o olhar dele ainda sobre ela. Como uma unha cravada em sua nuca.
Dias depois
O castelo estava mergulhado em sua rotina de pedra fria. Eliara passou a caminhar com mais cuidado, evitar