Capítulo 4

Anoitece muito rápido e eu já me encontro apreensiva , já passa das 19 hrs e dona Leyde ainda não retornou.

O meu receio é do pai de Anne chegar.

O relógio marca as 19:35 quando dona Leyde entra apressada , e me libera. Subo correndo para o quarto para pegar minha bolsa , o motorista vai me levar em casa.

Assim que desço as escadas , me despeço da pequena princesa , como todos os dias

— Tenha uma boa noite, minha pequena princesa bailarina — aperto a ponta do seu nariz com o dedo e ela me abraça

— Eu gosto tanto de você tia Sofia — ela me olha com intensidade e eu abaixo para ficar da sua altura — Queria tanto que você fosse a minha mãe.

— Eu seria imensamente feliz se fosse mãe de uma menina tão doce como você — tiro a mexa do seu cabelo da frente do rosto— Mas não se preocupe, eu vou cuidar de você com todo meu amor.

— Você promete ?

— Prometo — nos abraçamos com muito amor

Levanto para me despedi de dona Leyde, olho para o seu rosto a vejo pálida e assustada. Sigo seus olhos em direção a porta , e meus olhos encontram lindos olhos negros .

Paraliso por alguns segundos, encarando aqueles olhos . Percebo o que estou fazendo e volto o olhar pra dona Leyde. Tudo acontece em fração de segundos, vejo um lindo homem , com a expressão séria , raiva nos olhos , parado em frente a porta.

É a primeira vez que me encanto com a beleza de um homem. Deus, quem será este ?

Não pode ser, ele é … o Hugo. Meus olhos arregalaram, fiquei boquiaberta.

Ele é muito mais bonito que nas fotos . Estou com um misto de sentimentos, medo de sua expressão , mas ao mesmo tempo estou me sentindo … atraída por ele. Que loucura!

Annelise me fez sair dos meus pensamentos , ao correr ao encontro de seu pai e exclama

— Pai — corre em sua direção — Que bom que você chegou — segura em sua mão e arrasta-o para próximo de mim — Papai, essa é minha nova babá, é a minha preferida, o nome dela é Sofia. Ela é perfeita papai, brinca e cuida muito bem de mim papai. Eu gosto muito dela . Ela prometeu que vai cuidar de mim com muito amor — Anne me puxou pela mão, me fazendo ficar bem de frente para o seu pai.

Ele se abaixa, e fala com ternura com a filha .

— Princesa do papai— Alisa seu rosto — eu estava com muita saudade. Mas agora eu preciso que você vá para o seu quarto, e espera o papai para brincar. Agora eu preciso conversar com a sua avó e a sua babá — Lança um olhar frio para sua mãe e eu sinto um frio na espinha.

— Tudo bem papai. Eu vou esperar o senhor . Até amanhã tia Sofia — apenas aceno para a pequena, palavra alguma sai da minha boca.

— Aline — seu olhar segue para a porta da cozinha, onde Aline observava tudo com atenção — por gentileza, você pode acompanhar Aninha até o quarto, e fazer-lá companhia ? — ela concordou

Para quem está espumando de raiva, que ele soube usar bem as palavras. Eu continuo respirando com dificuldade, porém tento parecer firme.

Aline subiu com Anne, e antes de sumir de meu olhar, seus olhos encontraram com o meu tentando me manter calma.

— E então mamãe — cruza os braços — não ia me apresentar a baba da Minha filha ? — deu ênfase no minha — Por que será que escondeu de mim ?— vociferou olhando para mim.

— Hugo, meu filho, tenha calma . Contratei a Sofia , você sabe exatamente os motivos para que eu não tenha lhe informado antes. Você sempre coloca dificuldade em todas as babás que vem para essa casa. Aninha se deu muito bem com a Sofia, você precisa ver a conexão delas… — ele interrompeu sua mãe.

— Eu disse que colocaria em uma escola de tempo integral, a senhora não permitiu — fala entre os dentes

— Minha neta, não ficará o dia todo aos cuidados de desconhecidos — o enfrentou — Sem sabermos o que estão fazendo ? Minha neta ficará perto dos meus olhos. Qual o problema de ter uma boa babá?

— A senhora escutou o que Annelise falou para esta desconhecida? — gritou — EU NÃO QUERO ESTA MULHER COM A MINHA FILHA, NÃO QUERO ! — falou alto e pausadamente. Meus olhos lacrimejaram — é minha filha , eu decido o que é melhor pra ela.

— Hugo … — ele não deixa sua mãe terminar a frase

Vem em minha direção , olha nos meus olhos , e j**a tudo de uma vez

— Annelise não precisa de uma mãe , não precisa da sua atenção, muito menos do seu cuidado— ele ficou muito próximo de meu rosto, vociferando — Saia dessa casa agora , vá embora e não volte nunca mais . E não procure a minha filha — apontou para a porta .

— Senhor Hugo, por favor não faça isso. Me escute, eu cuido da sua filha com muito carinho… — tentei argumentar com a voz quase falhando

— SAIA DAQUI AGORA — me segura forte pelo braço e me põe pra fora .

Fecha a porta sem me dá a chance de falar cm dona Leyde .

As lágrimas escorrem pelo meu rosto, fui escorraçada desta casa, por esse homem, por que motivo? O que tem de errado com ele?

Eu nunca havia passado tanta humilhação.

E como ficará Annelise, eu havia prometido cuidar dela com todo meu amor. Ela vai se sentir enganada. Meu coração sangra ao pensar nisso.

Caminho até o portão, encontro o Fernando me encosto em seu ombro e choro.

O motorista me leva para casa, e me consola.

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