A gente ficou se encarando.
Longos segundos que pareciam séculos.Por um instante, juro que pensei em me inclinar, encostar meus lábios nos dela.Mas não fiz.Agora era tudo campo minado. Qualquer passo em falso e eu explodia com ela.Então, quase sem coragem, levantei a mão e toquei o braço dela. Bem de leve, como se ela fosse quebrar.— Você tá gelada — falei, puxando um sorrisinho pra não demonstrar o pânico. — Parece um picolé.— Culpa sua. Me fez ficar do lado de fora de madrugada.— Ah, claro, foi toda minha culpa. A princesa Allie nem teve escolha, foi sequestrada pelas pedrinhas assassinas.Ela riu abafado e empurrou meu ombro.— Idiota.Abri um sorriso maior.— Mas uma idiota fofa. Admite.— Tá sonhando alto demais.Fiz cara de chocada.— Uau. Que brutalidade. Vou anotar no meu diário.E ela gargalhou.De verdade.O som preencheu o quarto, pree