AUTOR
*ANOS ANTES*
— Mãe, mas porque eu não tenho pai? — o garotinho de olhos alaranjados perguntou, enquanto a mãe preparava a comida. Ela congelou.
— Seu pai morreu — ela respondeu e continuou a mexer a panela sem olhar para a criança.
O menino abaixou a cabeça, os fios prateados caindo pelo rostinho oval.
— As outras crianças dizem que eu sou esquisito — ele falou e cobriu o rosto com as mãos. — E que eu sou um bastardo.
O barulho da colher sendo largada não alarmou o garoto, nem quando a mãe colocou as mãos em cima dos braços dele.
— Meu bem, olha pra mim — ela falou calmamente e o menino a olhou. — Reece, você não é esquisito. Você é especial. E não é um bastardo, está me ouvindo?
Os lábios do garoto tremeram e a mulher de cabelos avermelhados o abraçou, consolando o pequeno. Mesmo tentando mostrar apenas amor ao menino, ela sentia ódio do pai do mesmo. Ele a tinha abandonado quando encontrou a predestinada dele. E quando Celine tentou falar com ele, avisar sobre a criança,