O poder de Caelum já não podia ser ignorado.
Desde a noite em que revelou a traição de Morgra, as matilhas olhavam para ele com um misto de reverência e medo. Era pequeno demais para tanto fardo. Jovem demais para carregar o peso de ver a verdade nua e crua nas pessoas.
E ele sentia isso.
A cada passo no corredor, a cada olhar que durava mais de um segundo… sentia os sussurros nas cabeças dos outros como se fossem gritos.
"Será que ele me ouve?"
"Será que sabe o que escondo?"
"E se ele me denunciar também?"
Caelum se encolhia. Cada vez mais perto dos pais. Cada vez mais calado.
Até que ela chegou.
Chamava-se Ylva. Uma loba antiga, que vivia isolada nas montanhas ao norte, chamada por Aurora após sonhar com o antigo símbolo da Lua Sangrenta — uma marca que, no passado, representava os dons mentais dos mais raros lobos.
Ylva surgiu na fortaleza como uma sombra leve. Pele marcada pelo tempo, olhos claros como vidro quebrado. Falava pouco. Observava muito.
Na primeira vez que olhou para C