Eu acreditava que estávamos bem, que finalmente a atmosfera que nos envolvia estava mais calma. De certo modo, estava. Gael me retirou da prisão e me reintegrou ao convívio com os outros humanos. Era como um favor que ele havia feito, e eu não gostava nada disso. Eu não era um animal de estimação que se leva de um lado para o outro e, quando não se quer mais, se descarta. Nem com os animais se deve fazer isso.
Enquanto saboreava a carne suculenta de cordeiro servida no almoço, senti os passos pesados se aproximando.
— Então quer dizer que meu filho te perdoou. Ele é muito piedoso e te deixou poucos dias naquela prisão. Se fosse eu, teria deixado por meses.
Revirei os olhos.
— Ainda bem que você não é ele. Por favor, já fizeram o que quiseram comigo, inclusive me colocando em um ringue para lutar com leões. Não acaba essa rivalidade inexistente entre nós duas? Não há motivo para isso.
— Não. Só ficarei satisfeita quando você desaparecer da minha vista. Eu juro que farei da sua vida uma