Asher tocou a campainha do apartamento que o pai mantinha em Washington e deixou que um funcionário o conduzisse até o terraço. Lá, envolta em um grosso casaco e segurando uma caneca de café fumegante na mão, Elena o esperava.
Um de seus olhos estava roxo. Ela não tinha se preocupado em usar maquiagem para esconder o hematoma que começava a se formar.
Ao longo dos anos, Asher a vira ferida muitas vezes. Ela sempre tinha uma desculpa — tinha caído, tinha escorregado, bateu na maçaneta, em um móvel. Mas ele não era tolo e, quanto mais crescia, mais desconfiava do pai. Até que, quando tinha dezesseis anos, viu Edgard dar um tapa tão forte no rosto da bruxa que ela caiu no chão.
As coisas nunca mais foram as mesmas entre pai e filho depois disso — não que o relacionamento dos dois fosse maravilhoso antes.
Edgard era o típico homem de negócios machista, sempre ausente, que achava que sua única responsabilidade com o filho era a de provedor. Não havia carinho ou diálogo, apenas cobranças. E