Capítulo 95. Carta de perdão
A reforma da casa tinha sido mais rápida do que o esperado, provavelmente porque Eduardo tinha pressionado o pedreiro, de qualquer forma agora tinha que organizar a mudança. Mas, em meio à correria de organizar tudo, recebi a inesperada visita do advogado de Lúcia.
Nos últimos meses, minha vida tinha sido atropelada por acontecimentos intensos, e eu mal conseguia absorver o impacto de cada um deles. Meu pai e até mesmo Eduardo insistiam para que eu procurasse uma psicóloga, mas esse era um assunto que eu sempre deixava para depois, assim como deixei para depois a questão de Lúcia.
Eu havia empurrado para o fundo da memória o dia em que ela me atacou. Não gostava de lembrar do medo que senti, nem do momento em que acreditei que iria morrer. Agora, diante de mim, o advogado trazia uma carta escrita por ela, endereçada a mim. Quando a recebi, Eduardo não estava em casa, e depois preferi não comentar nada. Eu sabia que, se soubesse, ele mandaria que eu rasgasse a carta e a jogasse fora se