—Minha mãe não vai participar do jantar. Tivemos uma briga. Ela disse que não queria “compactuar com isso” nas palavras dela. Eu acho que contar para o meu pai torna tudo real demais, e ela não vai mais conseguir negar que você é a minha filha de verdade. Ainda mais porque está convencida de que ele vai te aceitar como parte da família. Enfim, preferiu ir para a casa de uma amiga — contou Antônio quando chegamos à casa dele.

Eu tinha ido com Eduardo, levando apenas Victória, que ainda era pequena demais para ficar longe de mim e estava um pouco ansiosa com o jantar.

— Tem certeza de que seu pai vai aceitar bem? E ele está mesmo em condições de receber uma notícia dessas? — perguntei, tentando soar leve. — Quer dizer, encontrar uma filha perdida acontece em qualquer família, mas sei lá... vocês ricos são meio estranhos.

Brinquei para disfarçar meu nervosismo, mas por dentro estava apavorada. O que eu realmente temia era a rejeição… ou pior, novas humilhações, mesmo estando disposta a