Alana*
Leonardo me colocou na cama com cuidado, como se eu fosse feita de vidro. Lívia se deitou do meu lado direito, e ele ficou à esquerda, tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dele.
— Lana, não chora, não — ela sussurrou, passando a mãozinha pelo meu braço com aquele jeitinho doce que derrete qualquer dor.
Sorri, mesmo com os olhos marejados. Lívia tinha esse poder, de trazer luz mesmo quando tudo à minha volta parecia desabar.
— Desculpa, Alana — Leonardo disse baixo, a voz embargada. — Tenho certeza de que meu pai não quis causar tudo isso com você.
— Eu sei… — respondi, tentando manter a voz firme. — Só não estava pronta pra isso. E nem imaginei que ia me abalar tanto.
— Vai passar, meu bem. É só uma fase — ele disse, fazendo um carinho suave no meu cabelo.
Aquela ternura me desarmava. Era bom. Quente. Seguro. E ao mesmo tempo, assustador. Porque quanto mais eu me acostumava a esse afeto, mais medo sentia de perdê-lo.
Uma batida leve na porta interrompeu o silêncio. Le