37. Vou pedir o divórcio
Narrador onisciente
"Por nossa filha" ecoa na cabeça de Norman, centenas, milhares de vezes. Suas mãos suam, assim como pela manhã, quando ele a viu cara a cara, e seu coração bate forte e dolorosamente. Às vezes, ele acha que vai desmaiar com a notícia chocante que Dora acaba de lhe dar.
«Como isso é possível? Quando isso aconteceu? Eu tenho uma filha com ela?», ele se pergunta enquanto olha para ela, tão perto que pode sentir o cheiro de seu cabelo, tão bonito, tão natural, e em seu pescoço ela ainda tem a gargantilha que ele lhe deu de aniversário. Ele ainda a ama, ama-a tanto que não quer perdê-la, muito menos agora que eles têm uma filha.
Seus olhos ficam vidrados e Dora percebe. Ela pega a mão dele e a esfrega gentilmente com os dedos para confortá-lo.
"Eu descobri logo depois que você chegou e procurei muito por você, como uma louca, estava desesperada", diz Dora enquanto olha para ele, com os olhos também vidrados. Norman não consegue emitir nenhum som. As palavras ficam presa